Gresufes
Não é possível saber hoje qual foi a Casa
da Igreja, a que pertenceu ao tal Gresufo ou Gresufe de que se origina o nome
do lugar. Mas se considerarmos a informação do Tombo da Comenda de que o ribeiro
que corre para Além é de S. Salvador (1), então
a igreja de S. Salvador de Gresufes ficaria entre as casas Machado e Torres,
por um lado, e a Casa da Tinta, por outro. Alguma delas teria sido nesses
tempos longínquos muito abastada e possuída por gente de estatuto social
elevado, nobre. E essa gente é que teria promovido a elevação do lugar a sede
de paróquia.
A medição do “assento de S. Salvador de
Gresufes” no Tombo de 1542 não fornece indicações suficientes para a sua
localização nem consequntemente para a da igreja. Paio Soares Correia, de que se
fala abaixo, alguma ligação familiar deveria ter com quem elevou Gresufes a
paróquia.
Muito perto tinha havido um outeiro, bem
documentado pela toponímia, qualquer pequeno centro religioso de antes da nossa
era: a paróquia de Gresufes há-de ser de algum modo sua sucessora. E houve ali
ao pé Vila Pouca e Vila Nova.
Se for verdade que no campo da Cavada há
uma ou várias sepulturas soterradas, isso também poderia ter sido decisivo para
a criação da paróquia.
Sobre Gresufes, as Inquirições de Afonso III
declararam que “El-Rei não é padroeiro (era
o Arcebispo), nem há aí reguengo, nem herdadores que dêem fossadeira,
porque é honra antiga de D. Paio Correia, o Velho, e nada aí possui El-Rei”. Mesmo
em 1220, D. Paio Correia o Velho, ou D. Paio Soares Correia, já deveria ter morrido há anos,
pelo que quem possuiria a freguesia seria o seu filho, Pêro Pais Correia. Em 1258, os donos já deveriam
ser os herdeiros deste último.
Este D. Paio Correia o Velho, como a sua família, é nobres
conhecido do Nobiliário do Conde D. Pedro
e das genealogias. Foi certamente companheiro de armas de Sancho I, mas seria
bastante mais velho, pelo que já teria acompanhado Afonso Henriques. Em 1220 já
tinha falecido, mas talvez tivesse falecido cerca de 1200.
O seu filho Pêro Pais Correria protagonizou o amádigo na Vila do Casal; terá sido homem de corte, onde
desempenharia tarefas educativas.
Os Correias, que tinham o seu solar na
freguesia barcelense de Monte de Fralães, atingiram o apogeu em meados do séc.
XIII. Quem os tornou verdadeiramente notáveis foram D. Pêro Pais Correia, ao
casar com uma jovem muito abastada, e um seu filho de nome D. Paio Peres
Correia (Peres significa “filho de Pêro”, portanto –
Paio, filho de Pêro Correia). Sobre ele se falará a seguir.
Os Correias eram também senhores da freguesia
vizinha de S. Marinha de Vicente (“esta paróquia é honra dos Correias desde
antigamente” (2)),
mesmo que isso não significasse a posse efectiva do total das propriedades, e
doutra, também extinta e vizinha de Gresufes, S. Veríssimo, integrada depois em
Cavalões, que partilhavam com o Rei.
O Nobiliário
do Conde D. Pedro assinala em Fiães vários Correias. Por exemplo, duas
senhoras, ambas filhas de Paio Soares Correia o Velho: Sancha Pais Correia e
Maria Pais de Fiães.
Sancha Pais Correia casou com Reimão
Peres de Riba-Vizela e Maria Pais de Fiães com Vasco Martins Mogudo de Sendim.
Ora a inquirição de S. Marinha de
Vicente fala de Reimão Peres e dos filhos de Maria Pais de Fiães, os cavaleiros
Rui Vasques Quaresma e Martins Vasques, seu irmão. Reimão Peres administrou Gestrim por terra de El-Rei.
A presença desta família nobre em S.
Marinha de Vicente poderá ter alguma coisa a ver com o castro de Penices ou com
um eventual cemitério que haja em Gresufes.
Aparentemente, em Fiães, ficaria uma
segunda casa da família (3).
Em Arcos, vizinha de Balasar, também ocorrem homens ligados
proximamente aos Correias. Regista a inquirição respectiva:
Disse que não há aí amas de cavaleiros,
excepto Lourenço Pais de Molnes que criou aí o filho de Estêvão Vasques, e Pêro Lourenço que criou uma
filha de Martinho Lourenço, e a dita Mor que criou um filho
de Martinho Peres do Casal, e Pêro Peres de Molnes que criou uma filha de Martinho Bouçó.
Molnes ficava na freguesia barcelense de Remelhe e para lá tinha casado uma filha de D. Pêro
Pais Correia, D. Mor Pais Correia; casara com Estêvão Peres de
Molnes. Estes Lourenço Peres e Pêro
Peres de Molnes são sem dúvida familiares seus muito próximos.
D. Paio Peres Correia
D. Paio Peres Correia, o mais famoso filho de D. Pêro
Pais Correia, pode ter vindo a Fiães e
eventualmente a Balasar, mas foi um
homem que marcou tanto a história da Península Ibérica do seu tempo que
justifica aqui algumas palavras.
Foi cavaleiro da Ordem Militar de
Santiago. É assinalado pela primeira vez cerca de 1230, em Alcácer do Sal. Em breve lhe dão um posto de
comando. Começa então a empurrar os Mouros para sul. Avançando pelo Guadiana, toma Mértola e segue até Ayamonte, separando-lhes as forças em
dois campos. A seguir, em 1242, em Mérida, ascende a grão-mestre da sua
Ordem, o que o vai pôr ao lado do príncipe de Castela, o futuro Afonso X, e do rei Fernando III. Num intervalo da guerra que
conduzem na Serra de Segura, em Mula, etc., vem D. Paio Peres Correia
tomar o Algarve. Depois regressa a Castela. Um dos momentos altos da sua
vida aconteceu por alturas da conquista de Sevilha, em 1249, onde teve um papel
determinante.
A literatura e a lenda apoderaram-se da
sua figura. Camões dedicou-lhe estrofe e meia n’Os Lusíadas, Almeida Garrett baseou a D.
Branca na narrativa que conta a sua conquista do Algarve. Mas também na
Espanha um autor como Lope de Veja escreveu sobre ele El Sol Parado. E é possível encontrar o seu nome noutras obras
literárias.
Recentemente, foi identificada no
Cancioneiro da Biblioteca Nacional uma cantiga satírica, talvez de 1241, onde,
por inveja, se diz mal dele. O espanhol Manuel López Fernández escreveu-lhe
recentemente a biografia sob o título de Pelay
Pérez Correa. Historia y leyenda de un maestre santiaguista.
Foi o documento de 1422 que agora se transcreve
e cuja arcaica escrita actualizámos (à excepção dos topónimos correspondentes a
Gresufes e Balasar) que pôs termo à independência eclesiástica de Gresufes, mesmo que o termo efectivo
dessa independência só tenha ocorrido em Novembro de 1430, com o falecimento do
seu último pároco (4).
É notório o seu tom economicista, mas deveria haver sérias razões para isso. Sabe-se
aliás que o enérgico Arcebispo D. Fernando Guerra, a quem ele é devido, recebeu a arquidiocese em grave situação
religiosa e económica e muito fez para a superar.
D. Fernando Guerra, por mercê de Deus e
da Santa Igreja de Roma Arcebispo de Braga e primaz, a quantos esta carta virem
fazemos saber que, porque houvemos por certa informação que a igreja de Gressuffe, terra do arcediagado de
Vermoim do nosso dito arcebispado, e outrossim a
igreja de Ballassar, na dita terra,
ambas juntas são tão pequenas e de tão pouca renda que os abades delas se não
podem manter nem pagar os nossos direitos, nem se podem manter assim no
temporal como no espiritual, e porque fizemos certo que a dita igreja de Gressuffe não pode haver, por muito que
haja, mais de quatro até cinco moios e a dita de Balassar pode haver de sete até oito moios (5) e
outrossim as sobreditas igrejas partem um limite com o outro, porém nós
entendendo por serviço de Deus, e de consentimento do chantre e o nosso cabido
da nossa igreja de Braga, e porque as sobreditas igrejas são ambas da nossa
apresentação em sólido, incorporamo-las e anexamos e unimos a dita igreja de Gressuffe à dita de Bassar,
que é cerca dela, com esta condição, que vagando a dita igreja de Balssar em qualquer tempo que nós e a
dita nossa igreja de Braga confirmemos a dita igreja de Balssar com a dita igreja de Gressufe,
sua anexa para sempre, cada que for vaga, e mandamos aos fregueses da dita
igreja de Gressuffe que vão receber
os eclesiásticos sacramentos na dita igreja de Balssar e ouvir missas e que o abade que ora é e for ao diante da
dita igreja de Balssar vá, dia do
orago da igreja de Gressuffe, dizer
missa à dita igreja, lançando a água benta sobre os finados e dizendo o
responso costumado sobre eles e mandamos aos fregueses da dita igreja de Gressuffe, em virtude da obediência e
sob pena de excomunhão, que dêem em cada um ano ao dito abade de Balssar todas as dízimas, primícias,
foros, rendas e direitos e direituras que eles sempre deram e são teúdos (obrigados) de dar à dita igreja de Gressuffe e lhe sejam bem obedientes
como a seu verdadeiro reitor e abade. E em testemunho disto mandamos ser feita
esta carta, a qual assinamos por nossa mão e mandamos selar de nosso selo.
Dante no Mosteiro de Tibães, sete do mês de Maio. Bento
Afonso a fez. Era de 1460 anos (6).
E esta anexação mandamos que se entenda
à dita igreja de Balssar pagar todos
os encargos e direitos ordinários e extraordinários que a dita igreja anexa de Gressuffe for teúda de dar e pagar em
cada ano, a qual haja em sosij (sic)
lugar, efeito e posse da anexa a primeira vez que ela vague por Gonçalo Durães, que ora dela é abade, assim por
morte como por renúncia ou por qualquer outra guisa (7).
Quando o arcebispo afirma que “a igreja
de Gressuffe, terra do arcediagado de
Vermoim do nosso dito arcebispado, e outrossim a
igreja de Ballassar, na dita terra,
ambas juntas são tão pequenas e de tão pouca renda que os abades delas se não
podem manter nem pagar os nossos direitos”, isto pode parecer muito
surpreendente. Mas ele a seguir garante as suas afirmações com números:
“fizemos certo que a dita igreja de Gressuffe
não pode haver, por muito que haja, mais de quatro até cinco moios e a dita de Balassar pode haver de sete até oito
moios”. Há, porém, uma outra explicação: a baixa demográfica originada entre
outros factores pela peste negra. Nalguns casos, fica-se com a impressão de que
desapareceram lugares inteiros (8).
Não se deve todavia ignorar que um século
mais tarde vai ser criada Comenda de Balasar e que isso significava que o
rendimento da freguesia permitia sustentar o pároco e ainda dar uma grande
renda para o comendador.
A decisão do arcebispo não foi tão
definitiva como ele pretendia: Gresufes, em 1528, encontrava-se anexa a
Gondifelos, o que, se atendermos ao senhor
da terra, fazia mais sentido, pois ele seria também um grande proprietário
nesta freguesia. Em 1542, já estava de novo anexa a Balasar e, em 1551, era uma
“ermida sem cura” (9).
Os gresufenses não devem ter acolhido
pacificamente a anexação e essa deve ter sido a razão para se construir a
Igreja do Matinho, que ficava a distância aproximadamente igual entre o Casal e
Gresufes. Quem daí saiu prejudicado foram os balasarenses de norte, o que terá
obrigado à construção da ponte mais tarde dita de D. Benta.
A
Pousa Real de Gestrim de Cima
As Inquirições mais antigas dão indirectamente
conta duma itinerância régia destinada com certeza à administração da justiça.
O Rei não se acompanharia de grande séquito, mas a frequência de tais
deslocações seria significativa. Para temporariamente o albergar, existiam as
pousas ou pousadas. Em Balasar, mais exactamente em “Gestrim de Cima”, havia uma.
Em freguesias próximas, havia também pousadas em Vilar (Bagunte), em Santa
Cristina (Touguinha), além de outras menos importantes em Arcos e Navais.
A chegada do Rei ou dos seus oficiais
não devia ser razão para festa, dados certos costumes barbarescos dos grandes
do tempo.
A pousa ou pousada real era “pousa de El-Rei e de Rico-homem e de
Mordomo”. Rico-homem e mordomo estavam no topo da nobreza do país, a seguir ao
Rei.
Em 1220, declara-se (10):
Em Agestrim (sic) há uma pousa de Rei, e de
Rico-Homem e de Mordomo.
E em 1258 confirma-se(11):
Agistrin (sic) de Cima é pousa de El-Rei, de
mordomo e de de rico-homem e são presseiros.
Com a pousa deve estar relacionada uma
informação também de 1220 sobre jugueiros: “E os cinco jugueiros que moram no
reguengo dão cada um de renda uma quarta de maravedi”. Semelhantemente
acontecerá em 1258 ao dizer-se que, “quando El-Rei passar o Douro, dão uma vez
por ano oito dinheiros de colecta, repartidas em três vezes no ano”. E também
se pagava ao mordomo.
Como havia seis casais de “Gestrim”,
pode ser que “Gestrim de Cima” (Agistin
superior) ficasse mais para a encosta da colina que o Tombo da Comenda
chama Serra da Covilhã. Os cinco jugueiros poderia ser os caseiros dos outros casais.
Em 1258, diz-se de passagem que D.
Reimão Peres administrou Gestrim por terra de El-Rei (12).
Embora não saibamos em que consistia e para que servia essa administração, a
frase merece ser aqui assinalada pois alguma relação tinha com a pousa.
Outro tanto vale para uma afirmação dos
jurados da vizinha e extinta freguesia de S. Marinha de Vicente, em 1220,
segundo a qual “quando o senhor da terra vem a Gestrim dão-lhe os homens desta vila quatro pães de
quatro dinheiros” (tratar-se-ia de alguma vila da freguesia, talvez de Fiães ou
talvez duma vila que parece ter existido em Balasar, frente a Escariz, a norte
do rio).
A pousa real que existiu no lugar de Vilar, em Bagunte, ficava à margem
duma estrada importante, que era caminho de Santiago. Por outro lado, nesse
lugar houve uma grande quinta, com uma residência apalaçada e capela (13).
Quem conhece Balasar pergunta: qual era a estrada utilizada pelo
Rei que justificava a existência da pousada? Há hoje alguma grande casa que
possa ser a herdeira da propriedade onde ela ficava?
A resposta para a estrada não é muito
difícil, pois era sem dúvida a que, vindo dos lados de Braga (mas também de Famalicão e Guimarães), passava por Fiães e ia depois por Gestrins para as Fontainhas e Rates, antes de seguir para Vila do Conde. As Inquirições de 1343
confirmam a existência duma estrada que “vai para Braga”.
Proximamente, todavia, entroncava na
estrada anterior uma outra, que vinha do sul pelo Casal.
Mais difícil é identificar a casa de Gestrins
que possa corresponder à antiga pousa.
A
contenda dos homens de Gestrim com os da
Honra de Macieira de Rates
Veja-se a delimitação do reguengo de
Gestrim segundo as Inquirições de 1258 (14):
O termo de Agistrim começava na Pedra
Negra, que é couto de Rates, e de lá saía até à lagoa onde
houve um carvalho desde antigamente, e daí à Pedra Curveira, como vai à fonte de Gotegia,
depois à mamoa de Godim.
Se tivermos de deixar de fora do
reguengo Guardinhos e Guardes, a Pedra Negra ficaria talvez aí por perto do Cubo; a delimitação iria depois em
direcção ao rio até à tal lagoa (o campo ou o lugar dela chamar-se-ia
Concieiro), daí desviar-se-ia talvez em direcção ao ponto em que Balasar limita
conjuntamente com Negreiros e Macieira, onde ficava a Pedra Curveira; a seguir iria até à fonte da
Gotegia, continuava então até à mamoa, que ficava no limite com Macieira, para
depois ligar de novo à Pedra Negra.
Diz-se que a Pedra Negra é couto de
Rates, mas como se sabe Rates possuía um casal em Balasar, pelo que a Pedra
Negra não ficava necessariamente no limite da freguesia.
O P.e Avelino de Jesus da Costa, nos
seus Estudos de Cronologia, Diplomática
Paleografia e Histórico-Linguísticos (Porto, 1992), cita esta informação
relativa a Gestrins (15):
Do termo de Gestrim tinha El-Rei muitos reguengos, mas
passaram-nos para o couto de Macieira, e tem-nos Lourenço Fernandes da Cunha e os filhos de João Lourenço.
Esta é certamente a razão da contenda
que as Inquirições de 1258 registam entre os homens do reguengo de Gestrim e os da Honra de Macieira de Rates, pois “aqueles cavaleiros de
Macieira receberam muito do termo de Gestrim” (16).
De facto, nas Inquirições de 1220, nos
Reguengos, acusa-se Fernandes da Cunha (17) de ter lesado os interesses do Rei em Gestrim:
Do termo de Gestrim (Agistrim)
tinha El-Rei muitos reguengos, e tem-nos Lourenço Fernandes da Cunha e os filhos de João Lourenço, e El-Rei perde-os.
Esta citação corresponde muito de perto
à do P.e Avelino de Jesus Costa.
Mas há uma notícia mais antiga sobre
Gestrim: vem num documento de Afonso Henriques, de 1128 (18),
e não é de modo nenhum para desprezar: naquela data D. Afonso Henriques doou
“Maceeira con sua creaçon per qual maneira ha ouve Soeiro Gonçalviiz en tenpos delrei
don Fernando pelo termho de San Pedro de Rates e des hi per Agistrin e per
Santadraã”. Em português de hoje, isto dá: Macieira, com a sua criação, pela
maneira que a teve Soeiro Gonçalves em tempos de El-Rei D. Fernando [de Leão, 1037-1065] pelo termo de São
Pedro de Rates e daí por Gestrim e por Santo Adrião [de Macieira].
A propriedade régia de Gestrim era duma importância pouco comum.
Em 1907 havia no Telo (desconhecido nas
Inquirições) um Souto da Casa de Bragança.
[1]
Veja-se à frente a anotação à medição das propriedades de Vila Pouca
segundo o Tombo da Comenda.
[2]
Parrochia ista est honor Corrigiarum de veteri.
[3]
Quer o Nobiliário quer as Inquirições
conhecem em S. Marinha de Vicente, ao lado de Fiães, um outro lugar chamado
Oufiães.
[4]
Quer o documento que transcrevemos quer
muita outra informação sobre este assunto, inclusive o documento sobre o P.e
João Fernandes, que se transcreverá na página 38, recolhem-se do boletim
Póvoa de Varzim, no artigo de Franquelim Neiva Soares Subsídios para a História de Santa Eulália
de Balasar, vol. XV, nº 2, 1976, pp. 199-236.
[5] Para
esta e outras medidas antigas, veja-se http://pt.wikipedia.org/wiki/Antigas_unidades_de_medida_portuguesas.
[6]
Da era de César.
[7]
Os dois ss em Gressufe, Balassar, Balssar e Bassar
equivaleria a um z, como já demos a entender noutra ocasião.
[8] Os
dois pardieiros que, em 1528, se diz existirem na Gandra poderão ter a sua
origem na peste negra.
[9]
Costa, Avelino de Jesus da, O Bispo D.
Pedro e a Organização da Arquidiocese de Braga, 2.ª ed., Braga, 1997, vol. II, pág. 54.
[10] In Agestrim est pausa Regis et de
Ricohomini et de Maiordomo.
O nome dum café-restaurante
de Gestrins, chamado Pousanorte, segundo
nos afirmou o dono, não tem nada a ver com qualquer memória da antiga pousa que
a toponímia local pudesse conservar. Trata-se de coincidência puramente
fortuita.
[11]
Agistrin Superior est pausa Domini Regis et de ricohomine et de maiordomo et
sunt pressarii.
[12] Quando Dominus Raymundus Petri
tenebat Agistin pro terra Domini Regi.
No latim das Inquirições,
Reimão Peres é apelidado Raimundo; também José Mattoso lhe chama Raimundo. Nós
preferimos a forma que vem nos Livros de Linhagens, que é Reimão.
[13]
A pousa em Touguinha tinha obrigações
para com o Rei e seu séquito acima do comum; em Nabais a pousa era de
rico-homem (segundo a inquirição de 1220, nesta freguesia também havia algumas
obrigações em termos de pousa para com o Rei); havia ainda pousa em Arcos.
[14]
“Terminus de Agistrin incipiebat in Petra Nigra, quod est cautum de Ratis, et
inde exibat ad lagonam ubi stetit carvalium antiquitus, et deinde ad Petram
Curveiram, quomodo vadit ad fontem de Gotegia, deinde ad mamonam de Godin”.
[15] "De termino de Agestrim habebat dominus rex multos
regalengos et mitterunt illos in cauto de Mazaeira, et habet illos Leurencius Fernandiz de Cuia et filii de
Johanne Laurencii".
O livro do P.e Avelino de Jesus Costa pode ler-se no site do Instituto Camões nesta localização:
http://www.instituto-camoes.pt/cvc/hlp/biblioteca/estudos_de_cronologia.pdf.
[16] Como Lourenço
Fernandes da Cunha “deve ter falecido entre Outubro de 1225 e
Outubro de 1228” (P.e Avelino de Jesus da Costa), a questão terá ocorrido ainda
antes das Inquirições de 1220. Em Macieira de Rates, em 1258, não se fala de honra,
mas de couto, a que se liga o nome dum filho de Lourenço Fernandes da Cunha. Documentos
posteriores, contudo, mencionam a honra.
Lourenço Fernandes da Cunha acompanhou o infante D. Sancho, em 1176, na
incursão na Andaluzia e ataque a Sevilha, cujo bairro de Triana (a norte do Guadalquivir) foi então pilhado,
proporcionando saque muito rico. Também o pai da esposa de D. Reimão Peres, D.
Paio Soares Correia, terá acompanhado o futuro D. Sancho I nesta acção bélica.
[17]
Estes Cunhas, que surgem em muitas freguesias acusados de usaurparem
propriedade régia, eram de Cunha, junto a Braga, mas foi um deles que criou
Cunha-a-Nova (hoje simplesmente Cunha) em Parada, Vila do Conde.
[18]
COSTA, Avelino de Jesus da – O Bispo D.
Pedro e a Organização da Arquidiocese
de Braga, 2.ª ed., Braga, 1997, II vol., páginas 26-27, nota 49.
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