sexta-feira, 25 de março de 2011

TEMAS MEDIEVAIS

Gresufes

Não é possível saber hoje qual foi a Casa da Igreja, a que pertenceu ao tal Gresufo ou Gresufe de que se origina o nome do lugar. Mas se considerarmos a informação do Tombo da Comenda de que o ribeiro que corre para Além é de S. Salvador (1), então a igreja de S. Salvador de Gresufes ficaria entre as casas Machado e Torres, por um lado, e a Casa da Tinta, por outro. Alguma delas teria sido nesses tempos longínquos muito abastada e possuída por gente de estatuto social elevado, nobre. E essa gente é que teria promovido a elevação do lugar a sede de paróquia.
A medição do “assento de S. Salvador de Gresufes” no Tombo de 1542 não fornece indicações suficientes para a sua localização nem consequntemente para a da igreja. Paio Soares Correia, de que se fala abaixo, alguma ligação familiar deveria ter com quem elevou Gresufes a paróquia.
Muito perto tinha havido um outeiro, bem documentado pela toponímia, qualquer pequeno centro religioso de antes da nossa era: a paróquia de Gresufes há-de ser de algum modo sua sucessora. E houve ali ao pé Vila Pouca e Vila Nova.
Se for verdade que no campo da Cavada há uma ou várias sepulturas soterradas, isso também poderia ter sido decisivo para a criação da paróquia.


Os Correias de Fralães em Gresufes, Fiães e arredores

Sobre Gresufes, as Inquirições de Afonso III declararam que “El-Rei não é padroeiro (era o Arcebispo), nem há aí reguengo, nem herdadores que dêem fossadeira, porque é honra antiga de D. Paio Correia, o Velho, e nada aí possui El-Rei”. Mesmo em 1220, D. Paio Correia o Velho, ou D. Paio Soares Correia, já deveria ter morrido há anos, pelo que quem possuiria a freguesia seria o seu filho, Pêro Pais Correia. Em 1258, os donos já deveriam ser os herdeiros deste último.
Este D. Paio Correia o Velho, como a sua família, é nobres conhecido do Nobiliário do Conde D. Pedro e das genealogias. Foi certamente companheiro de armas de Sancho I, mas seria bastante mais velho, pelo que já teria acompanhado Afonso Henriques. Em 1220 já tinha falecido, mas talvez tivesse falecido cerca de 1200.
O seu filho Pêro Pais Correria protagonizou o amádigo na Vila do Casal; terá sido homem de corte, onde desempenharia tarefas educativas.
Os Correias, que tinham o seu solar na freguesia barcelense de Monte de Fralães, atingiram o apogeu em meados do séc. XIII. Quem os tornou verdadeiramente notáveis foram D. Pêro Pais Correia, ao casar com uma jovem muito abastada, e um seu filho de nome D. Paio Peres Correia (Peres significa “filho de Pêro”, portanto – Paio, filho de Pêro Correia). Sobre ele se falará a seguir.
Os Correias eram também senhores da freguesia vizinha de S. Marinha de Vicente (“esta paróquia é honra dos Correias desde antigamente” (2)), mesmo que isso não significasse a posse efectiva do total das propriedades, e doutra, também extinta e vizinha de Gresufes, S. Veríssimo, integrada depois em Cavalões, que partilhavam com o Rei.  
O Nobiliário do Conde D. Pedro assinala em Fiães vários Correias. Por exemplo, duas senhoras, ambas filhas de Paio Soares Correia o Velho: Sancha Pais Correia e Maria Pais de Fiães.
Sancha Pais Correia casou com Reimão Peres de Riba-Vizela e Maria Pais de Fiães com Vasco Martins Mogudo de Sendim.
Ora a inquirição de S. Marinha de Vicente fala de Reimão Peres e dos filhos de Maria Pais de Fiães, os cavaleiros Rui Vasques Quaresma e Martins Vasques, seu irmão. Reimão Peres administrou Gestrim por terra de El-Rei.
A presença desta família nobre em S. Marinha de Vicente poderá ter alguma coisa a ver com o castro de Penices ou com um eventual cemitério que haja em Gresufes.
Aparentemente, em Fiães, ficaria uma segunda casa da família (3).
Em Arcos, vizinha de Balasar, também ocorrem homens ligados proximamente aos Correias. Regista a inquirição respectiva:

Disse que não há aí amas de cavaleiros, excepto Lourenço Pais de Molnes que criou aí o filho de Estêvão Vasques, e Pêro Lourenço que criou uma filha de Martinho Lourenço, e a dita Mor que criou um filho de Martinho Peres do Casal, e Pêro Peres de Molnes que criou uma filha de Martinho Bouçó.

Molnes ficava na freguesia barcelense de Remelhe e para lá tinha casado uma filha de D. Pêro Pais Correia, D. Mor Pais Correia; casara com Estêvão Peres de Molnes. Estes Lourenço Peres e Pêro Peres de Molnes são sem dúvida familiares seus muito próximos.

D. Paio Peres Correia

D. Paio Peres Correia, o mais famoso filho de D. Pêro Pais Correia, pode ter vindo a Fiães e eventualmente a Balasar, mas foi um homem que marcou tanto a história da Península Ibérica do seu tempo que justifica aqui algumas palavras.
Foi cavaleiro da Ordem Militar de Santiago. É assinalado pela primeira vez cerca de 1230, em Alcácer do Sal. Em breve lhe dão um posto de comando. Começa então a empurrar os Mouros para sul. Avançando pelo Guadiana, toma Mértola e segue até Ayamonte, separando-lhes as forças em dois campos. A seguir, em 1242, em Mérida, ascende a grão-mestre da sua Ordem, o que o vai pôr ao lado do príncipe de Castela, o futuro Afonso X, e do rei Fernando III. Num intervalo da guerra que conduzem na Serra de Segura, em Mula, etc., vem D. Paio Peres Correia tomar o Algarve. Depois regressa a Castela. Um dos momentos altos da sua vida aconteceu por alturas da conquista de Sevilha, em 1249, onde teve um papel determinante.
A literatura e a lenda apoderaram-se da sua figura. Camões dedicou-lhe estrofe e meia n’Os Lusíadas, Almeida Garrett baseou a D. Branca na narrativa que conta a sua conquista do Algarve. Mas também na Espanha um autor como Lope de Veja escreveu sobre ele El Sol Parado. E é possível encontrar o seu nome noutras obras literárias.
Recentemente, foi identificada no Cancioneiro da Biblioteca Nacional uma cantiga satírica, talvez de 1241, onde, por inveja, se diz mal dele. O espanhol Manuel López Fernández escreveu-lhe recentemente a biografia sob o título de Pelay Pérez Correa. Historia y leyenda de un maestre santiaguista.


A anexação de Gresufes

Foi o documento de 1422 que agora se transcreve e cuja arcaica escrita actualizámos (à excepção dos topónimos correspondentes a Gresufes e Balasar) que pôs termo à independência eclesiástica de Gresufes, mesmo que o termo efectivo dessa independência só tenha ocorrido em Novembro de 1430, com o falecimento do seu último pároco (4). É notório o seu tom economicista, mas deveria haver sérias razões para isso. Sabe-se aliás que o enérgico Arcebispo D. Fernando Guerra, a quem ele é devido, recebeu a arquidiocese em grave situação religiosa e económica e muito fez para a superar.

D. Fernando Guerra, por mercê de Deus e da Santa Igreja de Roma Arcebispo de Braga e primaz, a quantos esta carta virem fazemos saber que, porque houvemos por certa informação que a igreja de Gressuffe, terra do arcediagado de Vermoim do nosso dito arcebispado, e outrossim a igreja de Ballassar, na dita terra, ambas juntas são tão pequenas e de tão pouca renda que os abades delas se não podem manter nem pagar os nossos direitos, nem se podem manter assim no temporal como no espiritual, e porque fizemos certo que a dita igreja de Gressuffe não pode haver, por muito que haja, mais de quatro até cinco moios e a dita de Balassar pode haver de sete até oito moios (5) e outrossim as sobreditas igrejas partem um limite com o outro, porém nós entendendo por serviço de Deus, e de consentimento do chantre e o nosso cabido da nossa igreja de Braga, e porque as sobreditas igrejas são ambas da nossa apresentação em sólido, incorporamo-las e anexamos e unimos a dita igreja de Gressuffe à dita de Bassar, que é cerca dela, com esta condição, que vagando a dita igreja de Balssar em qualquer tempo que nós e a dita nossa igreja de Braga confirmemos a dita igreja de Balssar com a dita igreja de Gressufe, sua anexa para sempre, cada que for vaga, e mandamos aos fregueses da dita igreja de Gressuffe que vão receber os eclesiásticos sacramentos na dita igreja de Balssar e ouvir missas e que o abade que ora é e for ao diante da dita igreja de Balssar vá, dia do orago da igreja de Gressuffe, dizer missa à dita igreja, lançando a água benta sobre os finados e dizendo o responso costumado sobre eles e mandamos aos fregueses da dita igreja de Gressuffe, em virtude da obediência e sob pena de excomunhão, que dêem em cada um ano ao dito abade de Balssar todas as dízimas, primícias, foros, rendas e direitos e direituras que eles sempre deram e são teúdos (obrigados) de dar à dita igreja de Gressuffe e lhe sejam bem obedientes como a seu verdadeiro reitor e abade. E em testemunho disto mandamos ser feita esta carta, a qual assinamos por nossa mão e mandamos selar de nosso selo. Dante no Mosteiro de Tibães, sete do mês de Maio. Bento Afonso a fez. Era de 1460 anos (6).
E esta anexação mandamos que se entenda à dita igreja de Balssar pagar todos os encargos e direitos ordinários e extraordinários que a dita igreja anexa de Gressuffe for teúda de dar e pagar em cada ano, a qual haja em sosij (sic) lugar, efeito e posse da anexa a primeira vez que ela vague por Gonçalo Durães, que ora dela é abade, assim por morte como por renúncia ou por qualquer outra guisa (7).

Quando o arcebispo afirma que “a igreja de Gressuffe, terra do arcediagado de Vermoim do nosso dito arcebispado, e outrossim a igreja de Ballassar, na dita terra, ambas juntas são tão pequenas e de tão pouca renda que os abades delas se não podem manter nem pagar os nossos direitos”, isto pode parecer muito surpreendente. Mas ele a seguir garante as suas afirmações com números: “fizemos certo que a dita igreja de Gressuffe não pode haver, por muito que haja, mais de quatro até cinco moios e a dita de Balassar pode haver de sete até oito moios”. Há, porém, uma outra explicação: a baixa demográfica originada entre outros factores pela peste negra. Nalguns casos, fica-se com a impressão de que desapareceram lugares inteiros (8).
Não se deve todavia ignorar que um século mais tarde vai ser criada Comenda de Balasar e que isso significava que o rendimento da freguesia permitia sustentar o pároco e ainda dar uma grande renda para o comendador.
A decisão do arcebispo não foi tão definitiva como ele pretendia: Gresufes, em 1528, encontrava-se anexa a Gondifelos, o que, se atendermos ao senhor da terra, fazia mais sentido, pois ele seria também um grande proprietário nesta freguesia. Em 1542, já estava de novo anexa a Balasar e, em 1551, era uma “ermida sem cura” (9).
Os gresufenses não devem ter acolhido pacificamente a anexação e essa deve ter sido a razão para se construir a Igreja do Matinho, que ficava a distância aproximadamente igual entre o Casal e Gresufes. Quem daí saiu prejudicado foram os balasarenses de norte, o que terá obrigado à construção da ponte mais tarde dita de D. Benta.


A Pousa Real de Gestrim de Cima

As Inquirições mais antigas dão indirectamente conta duma itinerância régia destinada com certeza à administração da justiça. O Rei não se acompanharia de grande séquito, mas a frequência de tais deslocações seria significativa. Para temporariamente o albergar, existiam as pousas ou pousadas. Em Balasar, mais exactamente em “Gestrim de Cima”, havia uma. Em freguesias próximas, havia também pousadas em Vilar (Bagunte), em Santa Cristina (Touguinha), além de outras menos importantes em Arcos e Navais.
A chegada do Rei ou dos seus oficiais não devia ser razão para festa, dados certos costumes barbarescos dos grandes do tempo.
A pousa ou pousada real era “pousa de El-Rei e de Rico-homem e de Mordomo”. Rico-homem e mordomo estavam no topo da nobreza do país, a seguir ao Rei.
Em 1220, declara-se (10):

Em Agestrim (sic) há uma pousa de Rei, e de Rico-Homem e de Mordomo.

E em 1258 confirma-se(11):

Agistrin (sic) de Cima é pousa de El-Rei, de mordomo e de de rico-homem e são presseiros.

Com a pousa deve estar relacionada uma informação também de 1220 sobre jugueiros: “E os cinco jugueiros que moram no reguengo dão cada um de renda uma quarta de maravedi”. Semelhantemente acontecerá em 1258 ao dizer-se que, “quando El-Rei passar o Douro, dão uma vez por ano oito dinheiros de colecta, repartidas em três vezes no ano”. E também se pagava ao mordomo.
Como havia seis casais de “Gestrim”, pode ser que “Gestrim de Cima” (Agistin superior) ficasse mais para a encosta da colina que o Tombo da Comenda chama Serra da Covilhã. Os cinco jugueiros poderia ser os caseiros dos outros casais.
Em 1258, diz-se de passagem que D. Reimão Peres administrou Gestrim por terra de El-Rei (12). Embora não saibamos em que consistia e para que servia essa administração, a frase merece ser aqui assinalada pois alguma relação tinha com a pousa.
Outro tanto vale para uma afirmação dos jurados da vizinha e extinta freguesia de S. Marinha de Vicente, em 1220, segundo a qual “quando o senhor da terra vem a Gestrim dão-lhe os homens desta vila quatro pães de quatro dinheiros” (tratar-se-ia de alguma vila da freguesia, talvez de Fiães ou talvez duma vila que parece ter existido em Balasar, frente a Escariz, a norte do rio).
A pousa real que existiu no lugar de Vilar, em Bagunte, ficava à margem duma estrada importante, que era caminho de Santiago. Por outro lado, nesse lugar houve uma grande quinta, com uma residência apalaçada e capela (13). Quem conhece Balasar pergunta: qual era a estrada utilizada pelo Rei que justificava a existência da pousada? Há hoje alguma grande casa que possa ser a herdeira da propriedade onde ela ficava?

A resposta para a estrada não é muito difícil, pois era sem dúvida a que, vindo dos lados de Braga (mas também de Famalicão e Guimarães), passava por Fiães e ia depois por Gestrins para as Fontainhas e Rates, antes de seguir para Vila do Conde. As Inquirições de 1343 confirmam a existência duma estrada que “vai para Braga”.
Proximamente, todavia, entroncava na estrada anterior uma outra, que vinha do sul pelo Casal.
Mais difícil é identificar a casa de Gestrins que possa corresponder à antiga pousa.


A contenda dos homens de Gestrim com os da Honra de Macieira de Rates

Veja-se a delimitação do reguengo de Gestrim segundo as Inquirições de 1258 (14):

O termo de Agistrim começava na Pedra Negra, que é couto de Rates, e de lá saía até à lagoa onde houve um carvalho desde antigamente, e daí à Pedra Curveira, como vai à fonte de Gotegia, depois à mamoa de Godim.

Se tivermos de deixar de fora do reguengo Guardinhos e Guardes, a Pedra Negra ficaria talvez aí por perto do Cubo; a delimitação iria depois em direcção ao rio até à tal lagoa (o campo ou o lugar dela chamar-se-ia Concieiro), daí desviar-se-ia talvez em direcção ao ponto em que Balasar limita conjuntamente com Negreiros e Macieira, onde ficava a Pedra Curveira; a seguir iria até à fonte da Gotegia, continuava então até à mamoa, que ficava no limite com Macieira, para depois ligar de novo à Pedra Negra.
Diz-se que a Pedra Negra é couto de Rates, mas como se sabe Rates possuía um casal em Balasar, pelo que a Pedra Negra não ficava necessariamente no limite da freguesia.
O P.e Avelino de Jesus da Costa, nos seus Estudos de Cronologia, Diplomática Paleografia e Histórico-Linguísticos (Porto, 1992), cita esta informação relativa a Gestrins (15):

Do termo de Gestrim tinha El-Rei muitos reguengos, mas passaram-nos para o couto de Macieira, e tem-nos Lourenço Fernandes da Cunha e os filhos de João Lourenço.

Esta é certamente a razão da contenda que as Inquirições de 1258 registam entre os homens do reguengo de Gestrim e os da Honra de Macieira de Rates, pois “aqueles cavaleiros de Macieira receberam muito do termo de Gestrim” (16).
De facto, nas Inquirições de 1220, nos Reguengos, acusa-se Fernandes da Cunha (17) de ter lesado os interesses do Rei em Gestrim:

Do termo de Gestrim (Agistrim) tinha El-Rei muitos reguengos, e tem-nos Lourenço Fernandes da Cunha e os filhos de João Lourenço, e El-Rei perde-os.

Esta citação corresponde muito de perto à do P.e Avelino de Jesus Costa.
Mas há uma notícia mais antiga sobre Gestrim: vem num documento de Afonso Henriques, de 1128 (18), e não é de modo nenhum para desprezar: naquela data D. Afonso Henriques doou “Maceeira con sua creaçon per qual maneira ha ouve Soeiro Gonçalviiz en tenpos delrei don Fernando pelo termho de San Pedro de Rates e des hi per Agistrin e per Santadraã”. Em português de hoje, isto dá: Macieira, com a sua criação, pela maneira que a teve Soeiro Gonçalves em tempos de El-Rei D. Fernando [de Leão, 1037-1065] pelo termo de São Pedro de Rates e daí por Gestrim e por Santo Adrião [de Macieira].
A propriedade régia de Gestrim era duma importância pouco comum.
Em 1907 havia no Telo (desconhecido nas Inquirições) um Souto da Casa de Bragança.



[1] Veja-se à frente a anotação à medição das propriedades de Vila Pouca segundo o Tombo da Comenda.
[2] Parrochia ista est honor Corrigiarum de veteri.
[3] Quer o Nobiliário quer as Inquirições conhecem em S. Marinha de Vicente, ao lado de Fiães, um outro lugar chamado Oufiães.
[4] Quer o documento que transcrevemos quer muita outra informação sobre este assunto, inclusive o documento sobre o P.e João Fernandes, que se transcreverá na página 38, recolhem-se do boletim Póvoa de Varzim, no artigo de Franquelim Neiva Soares Subsídios para a História de Santa Eulália de Balasar, vol. XV, nº 2, 1976, pp. 199-236.
[5] Para esta e outras medidas antigas, veja-se http://pt.wikipedia.org/wiki/Antigas_unidades_de_medida_portuguesas.
[6] Da era de César.
[7] Os dois ss em Gressufe, Balassar, Balssar e Bassar equivaleria a um z, como já demos a entender noutra ocasião.
[8] Os dois pardieiros que, em 1528, se diz existirem na Gandra poderão ter a sua origem na peste negra.
[9] Costa, Avelino de Jesus da, O Bispo D. Pedro e a Organização da Arquidiocese de Braga, 2.ª ed., Braga, 1997, vol. II, pág. 54.
[10] In Agestrim est pausa Regis et de Ricohomini et de Maiordomo.
O nome dum café-restaurante de Gestrins, chamado Pousanorte, segundo nos afirmou o dono, não tem nada a ver com qualquer memória da antiga pousa que a toponímia local pudesse conservar. Trata-se de coincidência puramente fortuita.
[11] Agistrin Superior est pausa Domini Regis et de ricohomine et de maiordomo et sunt pressarii.
[12] Quando Dominus Raymundus Petri tenebat Agistin pro terra Domini Regi.
No latim das Inquirições, Reimão Peres é apelidado Raimundo; também José Mattoso lhe chama Raimundo. Nós preferimos a forma que vem nos Livros de Linhagens, que é Reimão.
[13] A pousa em Touguinha tinha obrigações para com o Rei e seu séquito acima do comum; em Nabais a pousa era de rico-homem (segundo a inquirição de 1220, nesta freguesia também havia algumas obrigações em termos de pousa para com o Rei); havia ainda pousa em Arcos.
[14] “Terminus de Agistrin incipiebat in Petra Nigra, quod est cautum de Ratis, et inde exibat ad lagonam ubi stetit carvalium antiquitus, et deinde ad Petram Curveiram, quomodo vadit ad fontem de Gotegia, deinde ad mamonam de Godin”.
[15] "De termino de Agestrim habebat dominus rex multos regalengos et mitterunt illos in cauto de Mazaeira, et habet illos Leurencius Fernandiz de Cuia et filii de Johanne Laurencii".
O livro do P.e Avelino de Jesus Costa pode ler-se no site do Instituto Camões nesta localização: http://www.instituto-camoes.pt/cvc/hlp/biblioteca/estudos_de_cronologia.pdf.
[16] Como Lourenço Fernandes da Cunha “deve ter falecido entre Outubro de 1225 e Outubro de 1228” (P.e Avelino de Jesus da Costa), a questão terá ocorrido ainda antes das Inquirições de 1220. Em Macieira de Rates, em 1258, não se fala de honra, mas de couto, a que se liga o nome dum filho de Lourenço Fernandes da Cunha. Documentos posteriores, contudo, mencionam a honra.
Lourenço Fernandes da Cunha acompanhou o infante D. Sancho, em 1176, na incursão na Andaluzia e ataque a Sevilha, cujo bairro de Triana (a norte do Guadalquivir) foi então pilhado, proporcionando saque muito rico. Também o pai da esposa de D. Reimão Peres, D. Paio Soares Correia, terá acompanhado o futuro D. Sancho I nesta acção bélica.
[17] Estes Cunhas, que surgem em muitas freguesias acusados de usaurparem propriedade régia, eram de Cunha, junto a Braga, mas foi um deles que criou Cunha-a-Nova (hoje simplesmente Cunha) em Parada, Vila do Conde.
[18] COSTA, Avelino de Jesus da – O Bispo D. Pedro e a Organização da Arquidiocese de Braga, 2.ª ed., Braga, 1997, II vol., páginas 26-27, nota 49.

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