sexta-feira, 25 de março de 2011

MAMOAS E OUTEIROS


Os topónimos de Balasar têm naturalmente origens muito diversas, desde actividades religiosas (Calvário, Cruz, Outeiro, Vinha do Abade, Campo da Oliveira de S. Salvador), antropónimos (Balasar, Gresufes, Gestrins, Telo), particularidades geológicas ou geográficas (Lousadelo, Fontela, Fontainhas, Vau, Montilhão, Terra Ruim, Monte Tapado, Alto de Serra, Alto de Trás da Serra, Monte de Lobos, Monte Longo, Vale de Areia, Vale Grande, Bouça do Seixo, etc.) a razões vagamente relativas à flora (Matinho, Gandra, Bouça-Velha, Campo do Trovisco, Campo da Oliveira), etc.
Nas Inquirições de 1258, ao delimitar Gestrim, assinala-se “a mamoa (mamonam) de Godim” (1); o Tombo de 1542 e o Tombo da Comenda também conhecem esta mamoa, mesmo não lhe chamando já “de Godim”: ficava nos limites da freguesia com Macieira de Rates e é hoje desconhecida mesmo na tradição local. Mas o Tombo de 1542 ainda identifica outra mamoa, nos limites de Vicente com Gresufes.
Uma mamoa é um monumento megalítico que pode remeter para o terceiro milénio antes de Cristo.
Há um lugar balasarense chamado Outeiro (2); mas houve ainda o Outeiro da Mamoa (Tombo da Comenda) e o Outeiro de Revelhe; e fala-se ainda do Outeiro de Paim, do Outeiro Redondo, da Chã do Outeiro, da Bouça do Outeiro.
Este vocábulo outeiro tem como última origem a palavra altar, provavelmente através duma forma adjectiva. Podemos supor que a evolução terá seguido este caminho: altare > altariu > autario > outerio > outeiro. Ele designa um muito antigo lugar de culto – uma colina – dos tempos pagãos. Envia assim também para alguns séculos de antes da nossa era.
Por um mapa da Balasar antiga

Outras observações de toponímia

Na sequência do que ficou dito sobre as mamoas e os outeiros, vamos tentar desbravar a origem dos topónimos Gresufes e Lousadelo.
Ao tempo dos mais antigos documentos escritos sobre a freguesia, na área da actual Balasar havia duas paróquias, S. Salvador de Gresufes e Santa Eulália; esta foi primeiro de Lousadelo (3) e depois de Balasar.
Gresufes significa filho de Gresulfo (como Henriques - D. Afonso Henriques, por exemplo - designa o filho de Henrique).
O nome Gresulfo surge na “Kartula de Villa Comitis, in Ripa Maris” ou Escritura de Vila do Conde, do ano de 953 (onde ocorre também o célebre nome Villa Euracini). No Censual do Bispo D. Pedro (4), de cerca de 1080, escreveu-se Gresulfi, aparecendo mais tarde as formas Grisuffi e Gresufe, todas sem o s final. Um pároco do século XVII ainda escrevia Gresufe.
O primitivo nome de Balasar, já se disse, foi “Santa Eulália de Lousadelo”. Era assim que vinha no Censual. Lousadelo apontava para uma característica geológica notável do lugar, a da abundância de lousas ou xistos. O sufixo elo é diminutivo.


Mais topónimos

Um topónimo quase sempre levanta duas questões, uma de etimologia, sobre a origem da palavra, e outra de história, sobre como é que essa palavra se tornou nome de tal lugar. Colocam-se a seguir breves anotações respeitantes a alguns topónimos da freguesia.
Agra - Os documentos dão conta de várias agras em Balasar, divididas nas respectivas leiras: Agra do Casal, Agra dos Feijões[1], Agra da Fonte, Agra de Pedro, Agra de Revelhe e Agra de Vila. Este nome remete para uma forma antiquíssima de propriedade rural. As agras ficavam em “áreas baixas e irrigadas, propícias ao cultivo do cereal e em especial do milho miúdo”.
Agrelos – Como agra, Agrelos tem origem no vocábulo latina ager, que significa campo.
Aguiar – Palavra que ocorre na expressão Seixos de Aguiar e que deriva de águia.
Além – Além é um advérbio que ocorre frequentemente como topónimo. Não é fácil determinar o ponto em relação ao qual o topónimo balasarense se diz além. Seria Gresufes? Seria o rio? Seria Fiães? Talvez além significasse depois da igreja, se ela ficasse a meio caminho entre o espaço mais habitado de Gresufes e o lugar com o nome de Além.
Belibosa – No século XIX esta palavra ocorre como apelido de homem e como topónimo do lugar de Gestrins.
Bouça-Velha – Diz-se velha, neste caso, por oposição a nova. Se as bouças novas fossem terrenos de lavradio que regressaram a bravo, então as velhas seriam as que sempre permaneceram bouça.
Casal – Ao longo do tempo a palavra casal adquiriu significados muito variados. Neste caso aponta sem dúvida para uma área agrícola relativamente limitada.
Calvário – O P.e Leopoldino explicou que a origem deste topónimo está numas cruzes que aí houve a assinalar estações da Via-Sacra. Já ocorre no séc. XVIII.
Chã do Painho – Nesta expressão, a palavra chã é um substantivo e significa planura; painho é nome de um pequeno pássaro. Houve também o Outeiro do Painho e provavelmente o Vale do Painho.
Covilhã – Na origem desta palavra poderia estar a palavra cova; o resto seriam sufixos. Nas Inquirições contudo encontra-se a forma Convilhana.
Cubo – Várias actas da Câmara Municipal falam do Muinho do Cubo, para referir uma ponte sobre aquele ribeiro que divide as Fontainhas deste lugar. Também escrevem Munho, que é variante popular de moinho.
Escariz – De Ascaricis, patronímico de Ascaricus, antigo nome de homem. Em 1343, registou-se a forma Ascariz.
Este – Os documentos antigos chamam este rio, que cruza Balasar, rio Deste; nos documentos medievasi em latim, chamam-lhe Alister ou Aliste[2].
Eulália – A padroeira de Balasar é a jovem santa de Mérida. Como noutros lugares, também em documentos relativos a esta freguesia o seu nome se encontra sob a forma de Ovaia e Olaia. Etimologicamente, Eulália significa bem-falante.
Fareleiro – Para este topónimo, há as formas Fareleiro e Faroleiro. Suspeitamos que correspondem à palavra Faleiro das Inquirições de 1343.
Felgueira – O mesmo que felga.
Fojo do Lobo – Fojo é uma cova.
Fontainhas – Deriva de fontana (fonte); é forma diminutiva. Nas ocorrências mais antigas, a palavra surge sempre no singular e até no masculino. De notar que em Arcos se conhece o topónimo Fontão, forma aumentativa.
Fontela – Outro diminutivo originado de fonte.
Gandra – Designa uma terra agricolamente pobre, com uma flora rasteira, o que um documento antigo parece confirmar em Balasar. É palavra que ocorre frequentemente como topónimo.
Gestrins – O vocábulo Gestrins parece ter uma formação paralela à de Martins, que se origina de Martim, que por sua vez vem de Martinho. Haveria então na origem um Gestrinus ou talvez Agistrinus (Gestrinho); ao seu filho chamar-se-ia Gestrim e ao neto Gestrins. Das várias formas medievais desta palavra a mais comum é Agistrim. Desconhece-se quem tenha sido tal Agistrinus.[3]
Na Idade Média, havia Gestrim de Cima e Gestrim de Baixo e havia seis casais de Gestrim. Sendo assim, Gestrins pode também ser um plural. No séc. XVII, o reitor João da Silva escrevia Gestrim.
Granja – Embora seja palavra que na actualidade não tem aplicação toponímica em Balasar, as Inquirições conheciam duas granjas, uma das quais correspondia à Casa da Gandra.
Guardes e Guardinhos – O étimo destas palavras é cardo[4]. De facto, o nome original seria talvez Gardes e Gardinhos, como ainda escrevia um pároco no séc. XVII. Em 1343, escreveu-se Grades. A forma mais antiga conhecida de Guardes é Gardas e de Guardinhos Guardias (Guardinhas). A “póvoa de Gardes”, de 1343, pode ter resultado da iniciativa do juiz de Faria.
Matinho – É um diminutivo derivado de mato.
Monte do Xisto – Na freguesia contam-se vários montes. Balasar é terra de xisto.
Monte de Lobos – Monte de Lobos não fica muito longe dos Seixos de Aguiar, dois topónimos que enviam para tempos muito antigos, pois ainda recordam lobos e águias.
Pedra Negra ou Pedra do Couto – Marco que  divide Balasar de Rates e Arcos. Quando se dizia Pedra do Couto, entendia-se do Couto de Rates. Houve mais pedras negras e até um Penedo Branco.
Remestilha – Esta palavra, que originalmente devia ser alcunha feminina[5], ocorre no século XIX como topónimo na saída de Vila Pouca para Gresufes.
Revelhe – Conhecem-se pelo menos o Outeiro de Revelhe e a Agra de Revelhe.
Serra da Covilhã, Serra das Pedreiras, Trás da Serra – Como em Rates, onde se fala da Serra de Rates, que não passa dum pequeno monte, também em Balasar a palavra ocorre com este significado.
Seixo Branco – Em terra de xisto, impressionava as pessoas que nele houvessse incrustações de pedra branca (quartzo?) Estes seixos brancos aparecem como marcos.
Telo – Deriva de tellus (terra) e tem a mesma origem que o apelido Teles. Embora no séc. XVIII o Telo já fosse muito povoado, não há ocorrências medievais do nome dele.
Terra Ruim – “Antítese de Terra Boa”. Na área de terreno que a sul de Terra Ruim há o monte de Lobos e o fojo; para norte identifica-se o caminho do lobo. Nas “medições” dos antigos documentos fala-se de “ruim terra” para significar terra pouco produtiva.
Tinta – Antigo lugar de Gresufes, devia ficar muito próximo da igreja paroquial.
Traquinada – Este nome Traquinada ocorre num assento paroquial como apelido dum homem.
Trás-da-Serra – A sul da Terra Ruim há o Monte das Pedreiras; mais a sudoeste ainda, fica Trás-da-Serra. A palavra serra ocorre na zona integrada em nomes de campos (Campos-Serra)[6].
Vale Grande – Como a acidentada parte da freguesia a sul desce em direcção ao rio, é natural que aí se encontrem vales, uns maiores outros menores. Vale Grande fica a sudeste e acaba em Gresufes. Há ainda os vales da Areia, da Tia, do Maiato, de Flores e Preto.
Vau – Vau diz-se do lugar do rio onde, ao menos em certos períodos do ano, se pode fazer a travessia a pé, sem necessidade de barco. Os documentos antigos identificam ao menos três vaus em Balasar.
Vila Nova – Vila Nova dever-se-ia dizer por relação a Vila Pouca, que seria anterior.
Vila Pouca – vila (vila rústica) designava uma grande quinta; pouca, por sinal, deve significar pequena. Mas como esta pequenez se diz por relação a uma área muito grande, também a Vila Pouca ocuparia uma superfície agrícola não desprezável.
Nos documentos ocorrem vários topónimos que entretanto se perderam, mas muitos que se mantêm: monte do Arroio, monte Longo, Alto de Trás da Serra, Campo da Lagoa, Campo do Cotorno, Campo da Revolta, Campo da Água, Campo do Trovisco, Campo da Oliveira de S. Salvador, Vinha da Porta, Vinha do Abade, Bouça Alegre, Bouças-Velhas do Fojo, Bouça do Sobrado, Bouças da Tripa do Meio, Bouça da Gracia, Bouça do Vale, Leiras Longas, Leira das Penas, Leira da Revolta, Leira da Senra, Leira do Fareleiro, Leira de S. Pedro, Leiras dos Cortelhos, Ribeiro de S. Salvador, Paniçais, Troitomiro, Currial, Curucânio, Artal Meão, Faleiro, as Quebradas, Cangosta de Cavaleiros, o lugar da Porta, sítio do Trovisco, Souto etc.




[1] Provavelmente, esta expressão que vem no Tombo da Comenda é erro por Agra dos Fiães.
[2] Na Espanha existe um rio Aliste.
[3] No vizinho Outeiro Maior houve uma vila medieval chamada Gacim. No lugar, hoje, conhecem-se os campos de Gacins. No uso desta palavra parece ter ocorrido uma evolução semelhante à de Gestrim.
[4] Etimologia proposta por Pedro Augusto Ferreira na sua Tentativa Etymologico-Toponymica, 3º vol., Porto, 1915, pág. 441.
[5] Numa acta camarária relativa a aforamentos ocorre o nome Maria Remestilha, solteira.
[6] No lugar, em vez de Trás-da-Serra, falaram-nos de Trás-Serra.


Lugares

Não sabemos hoje bem quais os lugares que pertenciam à paróquia de Gresufes e quais os que então pertenciam à de Balasar, mas podemos imaginar que a Gresufes se juntassem Além, Vila Pouca, Vila Nova e Outeiro. A Balasar pertenciam Escariz, Matinho, Lousadelo, Casal, Gestrins, Telo, Guardes e Guardinhos.
As Memórias Paroquiais de 1758 apresentam uma lista deles que já está próxima do que é a realidade actual. São treze, “a saber: Gandra, e este tem oito fogos; Gresufes, tem dezasseis fogos; Vila Nova, tem nove fogos; Além, nove fogos; Vila Pouca, quinze fogos; Escariz, nove fogos; Igreja, oito fogos; Pousadela, dezoito fogos; Casal, trinta e dois fogos; Telo, vinte e seis fogos; Gestrim, cinco fogos; Guardes, três fogos; Guardinhos, cinco fogos”.
Pousadela há-de ser Lousadelo. É com a forma Lousadelo que o P.e António da Silva e Sousa escreve sempre a palavra nos assentos paroquiais.
É normal que alguns lugares se extingam (Tinta, Boucinhas, Azenhas), que outros surjam (caso por exemplo da Cruz, Calvário, Fontainhas). Em Balasar, parece que ocorreram casos de desdobramento, isto é, onde noutros tempos havia apenas um lugar hoje conhecem-se dois ou mais. Será este o caso do Casal, que incluiria alguns lugares actuais vizinhos.


Povoamento e novos lugares

Nas Inquirições é referida a criação de casais e as dificuldades que os novos moradores enfrentavam frente às malfeitorias dos mordomos. Fala-se até duma póvoa, um novo povoamento junto a Guardes.
Parece que o primerio passo para povoar uma área erma era verificar a existência de fontes. De facto, em tempo em que não havia poços, elas eram indispensáveis e é comum encontrá-las próximo das casas mais antigas duma freguesia.
O P.e Leopoldino assinala 24 lugares em Balasar, incluindo neste número a Tinta.
Um desdobrável da Junta conta 23: seis a norte do Este: Fontainhas, Gestrins, Guardinhos, Quinta, Telo e Vau; dez a sul, mas a poente da estrada que vai da Igreja para Fradelos: Bela, Bouça Velha, Calvário, Caminho Largo, Casal, Cruz, Fontela, Lousadelo, Monte Tapado e Terra Ruim; e seis a nascente da mesma estrada: Além, Escariz, Gandra, Gresufes, Matinho, Outeiro e Vila Pouca.
Ignora Guardes, a Covilhã, Agrelos e Vila Nova.
Gestrins, que é hoje um lugar muito povoado, entre o tempo das Inquirições e das Memórias Paroquiais, que foram 500 anos, manteve o mesmo número de fogos. Quase a mesma coisa sucedeu em Guardes (que aliás ainda hoje não tem mais casas que nesses tempos distantes). 


Marcos

De acordo com o estudo de Eduarda Maria Silva e Maria Rosa Mateus Inventário Epigráfico dos Marcos e Divisórias do Concelho da Póvoa de Varzim, Balasar não possui marcos delimitadores. Mas há marcos de outras freguesias, bem como alguns da Casa de Bragança, que ajudam a estabelecer essa delimitação. Parece-nos todavia que há algumas observações a fazer relativamente ao Inventário destas autoras.
No Tombo da Comenda, a delimitação de Balasar começa no Monte dos Lobos e aí naturalmente termina. Não se vê porquê, pois parece que seria normal que começasse e acabasse num espaço habitado; ora ali é o centro duma vasta zona erma (9).

As autoras do Inventário afirmam que havia lá um marco que assinalava o ponto de encontro de três concelhos, Póvoa de Varzim (através de Balasar), Vila do Conde (através do Outeiro Maior) e Vila Nova de Famalicão (através de Fradelos), mas que desaparecera. Actualmente, esse marco foi reposto no seu lugar. Segundo a nossa leitura, a inscrição que ostenta diz o seguinte:

S.MDO
OUTEIRO
CDVC
1857

Depois de se desenvolverem as abreviaturas, ficará: “S. Martinho do Outeiro, Concelho de Vila do Conde, 1857”.
É portanto um marco relativamente recente, posterior à reorganização administrativa liberal e às mudanças de concelho que Balasar e o Outeiro Maior sofreram.
As autoras citadas reconheceram-se incapazes de interpretar as duas letras dum outro marco que, segundo dizem, assinala, em Trás-da-Serra, a extrema de S. Martinho do Outeiro (ou antes, Outeiro Maior) com Balasar. Aqueles dois SS ao cimo significam muito provavelmente S. Simão (da Junqueira), a que pertenceu a freguesia do Outeiro Maior (e também a de Arcos).
O marco poderia limitar apenas propriedades do mosteiro em Balasar.
Trata-se de um marco antigo. Em 1680, ainda o Mosteiro da Junqueira estava activo e como tal continuou, como o demonstra a rica igreja dele que chegou até nós. Não era o caso de 1807, mas havia então naturalmente um senhorio que reivindicava os direitos respectivos (10).
Os marcos da Casa de Bragança que o Inventário identificou nas Fontainhas conservam memória do antigo reguengo de Agistrim e secundariamente do Couto de Rates. Abaixo do brasão, está o costumado B (de Bragança). 
Um outro marco também interessante é o que as autoras do Inventário chamaram de Montilhões, já que este topónimo (sob a forma Montilhão) ocorre no tombo e identifica o limite de Balasar com Fiães, uma área sensível na Idade Média, pois ficava ali ao lado de Gestrins. Há um marco semelhante na Quinta da Covilhã.
Mas o marco mais importante é o que indica o ponto de encontro de Balasar, Rates e Arcos. Cremos que é um menir, que está ali desde época das mamoas e que teve função delimitadora desde o tempo dos romanos. Durante muito tempo chamaram-lhe Pedra Negra (designação que se usou em Balasar para outras pedras).



[1] Esta mamoa não vem no estudo “Levantamento do megalitismo do Concelho da Póvoa de Varzim”, da autoria de Eduarda Martins Moreira da Silva e Maria Rosa Almeida Mateus, saído no boletim cultural Póvoa de Varzim em 1990, vol. XXVII, pp. 61 a 80, onde são referenciadas nove mamoas.
[2] Os documentos mais antigos não dão muita notícia do lugar do Outeiro, mas é possível encontrar menção dele pelo menos no séc. XVIII.
[3] Que razões terá havido para construir primeiro a igreja em Lousadelo e reconstruí-la depois no Casal? Lousadelo, para quem olha do actual adro ou do Telo, é uma pequena colina. Uma igreja ali tinha uma visibilidade de muitos lados. Essa poderá ter sido uma razão para então a erguerem lá. E para sul devia ser quase tudo bravio: os actuais lugares do Calvário, Matinho, Caminho Largo, Pedreiras, Monte Tapado, Terra Ruim, Bela não teriam uma única casa (é possível que tenham desaparecido também alguns lugarejos habitados, por exemplo, nas proximidades de Monte dos Lobos, por onde passaria talvez um caminho em direcção ao Vau). Como se dirá em 1420, Balasar era terra pequena (em termos de área habitada). A mudança para o Casal ter-se-á justificado pela importância do lugar, que mais à frente tentamos esclarecer.
[4] COSTA, Avelino de Jesus da, O Bispo D. Pedro e a Organização da Arquidiocese de Braga, 2.ª ed., Braga, 1997, vol. II, pág. 54.
[5] Provavelmente, esta expressão que vem no Tombo da Comenda é erro por Agra dos Fiães.
[6] No vizinho Outeiro Maior houve uma vila medieval chamada Gacim. No lugar, hoje, conhecem-se os campos de Gacins. No uso desta palavra parece ter ocorrido uma evolução semelhante à de Gestrim.
[7] Etimologia proposta por Pedro Augusto Ferreira na sua Tentativa Etymologico-Toponymica, 3º vol., Porto, 1915, pág. 441.
[8] No lugar, em vez de Trás-da-Serra, falaram-nos de Trás-Serra.
[9] Como já alvitrámos, não é de excluir a hipótese de Monte dos Lobos ter sido um dia lugar habitado.
[10] No Outeiro Maior, em Fontelheiros, a delimitar a freguesia com Bagunte, há um marco a que falta parte do extremo superior, mas que era quase de certeza igual ao de Trás-da-Serra.

2 comentários:

  1. Muito bom este blog, estava a procura de mais informações sobre Balasar e seus habitantes. Uma parte da minha família pelo lado materno, recentemente descobri ser daí de Balasar. Tem como obter mais informações sobre as famílias daí?

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  2. Escreva-me para jsf0449@gmail.com. É provável que arranje alguma coisa.
    José Ferreira

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